CISTOS PANCREÁTICOS: DO DIAGNÓSTICO AO TRATAMENTO - UMA REVISÃO DE LITERATURA
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v11i6.19489Palavras-chave:
Cistos pancreáticos. Diagnóstico. Tratamento. Terapias minimamente invasivas.Resumo
O manejo dos cistos pancreáticos é complexo devido à dificuldade em distinguir lesões benignas, pré-malignas e malignas. O objetivo desta revisão foi analisar e discutir os principais desafios enfrentados no diagnóstico e no tratamento dos cistos pancreáticos, buscando explorar novas tecnologias e protocolos de acompanhamento. Foi realizada uma busca por trabalhos prévios nas plataformas PubMed e a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e um total de 25 artigos científicos foram incluídos após a aplicação de critérios de inclusão e exclusão. Através dos estudos analisados, foi observado que métodos de diagnóstico como a ressonância magnética com colangiopancreatografia (CPRM) e a tomografia computadorizada (TC) são regularmente utilizados na avaliação inicial, por sua alta sensibilidade e capacidade de caracterizar lesões suspeitas. O ultrassom endoscópico (EUS), associado à aspiração de fluido cístico (EUS-FNA) e à análise de marcadores tumorais, como SPINK1, glicose, MUC5AC, CA 19-9 e CEA, tem se evidenciado como uma abordagem complementar para diferenciar cistos e orientar decisões terapêuticas. Desta forma, os avanços tecnológicos possibilitaram maior precisão diagnóstica e permitiram tratamentos menos invasivos. A endomicroscopia confocal guiada por laser (nCLE) e a análise molecular de DNA no fluido cístico são exemplos de ferramentas que auxiliam na identificação de características malignas e na estratificação de risco. Para lesões com características de alto risco, a intervenção cirúrgica se mantém necessária. Por outro lado, casos sem características de malignidade podem ser acompanhados com monitoramento periódico por métodos de imagem, como TC ou RM. Terapias minimamente invasivas, como a ablação por radiofrequência guiada por EUS (EUS-RFA) e a quimioablação guiada por EUS, demonstraram eficácia no tratamento de cistos benignos e de baixo risco, reduzindo a necessidade de cirurgias. Essas técnicas também são úteis em pacientes inoperáveis ou com contraindicações cirúrgicas, oferecendo uma abordagem segura com menores riscos de complicações. Entretanto, apesar das inovações, desafios como altos custos, disponibilidade limitada de testes moleculares e dificuldades na adesão às diretrizes de vigilância permanecem. A falta de padronização na coleta e análise de fluidos císticos também limita a ampla aplicação dessas estratégias. Além disso, a baixa adesão às recomendações de acompanhamento, especialmente em populações vulneráveis, reflete a necessidade de programas individualizados. Em conclusão, o artigo destaca que as novas tecnologias, combinadas a estratégias baseadas em evidências, têm o potencial de melhorar significativamente o manejo dos cistos pancreáticos. O uso de inteligência artificial para análise de imagens e previsão de risco, além de terapias combinadas, se mostra como uma perspectiva futura promissória. Porém, são necessários estudos prospectivos e de longo prazo para validar amplamente essas abordagens.
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