SÍNDROME CONVERSIVA: MECANISMOS NEUROFISIOLÓGICOS, CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS MULTIDISCIPLINARES
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v11i4.18825Palavras-chave:
Síndrome Conversiva. Transtorno Neurológico Funcional. Diagnóstico e Tratamento.Resumo
A Síndrome Conversiva, também denominada Transtorno Neurológico Funcional (TNF), é caracterizada por disfunções motoras e sensoriais não explicadas por condições neurológicas estruturais. Embora sua etiologia seja complexa e multifatorial, avanços recentes na neurociência têm permitido uma melhor compreensão de seus mecanismos neurofisiológicos, envolvendo alterações funcionais na conectividade neuronal e no eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. No entanto, desafios diagnósticos persistem, e a eficácia das abordagens terapêuticas multidisciplinares ainda requer maior sistematização. Esta revisão integrativa tem como objetivo analisar os mecanismos neurofisiológicos envolvidos na Síndrome Conversiva, descrever os critérios diagnósticos empregados na prática clínica e revisar as principais intervenções terapêuticas multidisciplinares disponíveis. A metodologia seguiu as diretrizes de revisão integrativa, com busca sistemática nas bases de dados PubMed, Scopus, Web of Science, PsycINFO e SciELO, utilizando descritores indexados no MeSH e DeCS. Foram incluídos estudos publicados nos últimos 10 anos, em português, inglês e espanhol, que abordassem aspectos neurofisiológicos, diagnósticos e terapêuticos da condição. Os resultados indicam que a Síndrome Conversiva está associada a alterações na conectividade entre redes corticais e subcorticais, com desequilíbrio na regulação emocional e motora, além de disfunção do eixo neuroendócrino e da plasticidade neural. No que tange ao diagnóstico, os critérios do DSM-5 e da CID-11 são os mais utilizados, sendo complementados por achados de neuroimagem funcional (fMRI, SPECT, PET), eletroneuromiografia e avaliação neuropsicológica para exclusão de outras patologias neurológicas. As intervenções terapêuticas analisadas sugerem que abordagens multidisciplinares são fundamentais para a reabilitação dos pacientes. Estratégias como Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), fisioterapia motora, terapias ocupacionais e técnicas de neuromodulação, como a estimulação magnética transcraniana (EMT) e a estimulação transcraniana por corrente contínua (tDCS), demonstraram impacto positivo na recuperação funcional. O tratamento farmacológico direcionado às comorbidades psiquiátricas associadas, como depressão e ansiedade, também se mostraram relevante. Conclui-se que a abordagem interdisciplinar é essencial para o tratamento da Síndrome Conversiva, exigindo diagnóstico preciso e intervenções terapêuticas personalizadas. O aprofundamento das pesquisas sobre mecanismos neurofisiológicos e estratégias terapêuticas inovadoras poderá contribuir para um manejo mais eficaz e para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes.
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