“ZOOTOPIA” E MINORIAS: UMA ANÁLISE DA DIVERSIDADE E INCLUSÃO NAS POLÍTICAS DE TRABALHO E AMBIENTE CORPORATIVO SOB A PERSPECTIVA DA SÉTIMA ARTE

Resumo

O mercado de trabalho do século XXI ainda funciona, muitas vezes, como um espaço de reprodução de hierarquias sociais e simbólicas, dificultando o acesso e a permanência de grupos vulnerabilizados — como mulheres, pessoas negras e indivíduos com deficiência, dentre outros — em posições de prestígio e comando. Essa desigualdade estrutural é sustentada por estigmas culturais e institucionais que fortalecem percepções de fragilidade e incapacidade desses grupos. Este estudo analisa o filme Zootopia – Essa Cidade é o Bicho (2016), da Walt Disney Animation Studios, como uma metáfora para essas dinâmicas de exclusão e desigualdade no ambiente corporativo. Na narrativa, a sociedade é hierarquizada entre presas e predadores: as presas são consideradas frágeis e inadequadas para o exercício do poder, enquanto os predadores são vistos como naturalmente superiores e aptos para o comando. A protagonista, Judy Hopps, rompe com esse paradigma ao buscar integrar a força policial, tradicionalmente composta por predadores, confrontando as expectativas sociais. O problema de pesquisa consiste em investigar como as metáforas de Zootopia refletem as situações de exclusão e inclusão no mercado de trabalho, especialmente no que se refere aos grupos vulneráveis. O objetivo é analisar como o filme representa, de forma simbólica, tais processos. A metodologia é qualitativa, com análise do discurso e abordagem interdisciplinar, mobilizando aportes da Sociologia, do Direito e da Teoria Crítica para interpretar os elementos narrativos e simbólicos. Conclui-se que a trajetória de Judy Hopps evidencia o potencial de transformação e ruptura com paradigmas excludentes, reforçando que a verdadeira inclusão exige a ressignificação das estruturas sociais e institucionais.