GESTÃO DE SISTEMAS PRISIONAIS: O PAPEL DO GESTOR PÚBLICO NA RESSOCIALIZAÇÃO DO APENADO

Autores

  • Dieyson Rodrigo Gonçalvez UNISC
  • Giovana Sopelsa Schunke UNISC
  • Jean Carlos Schaefer UNISC
  • Fabiane Andressa Werlang UNISC
  • Vanderli Fernandes UNISC
  • Greici Castiglioni Pereira Carpes URI
  • Daiana dos Santos ULBRA

Palavras-chave:

Sistema Penitenciário Brasileiro. Agentes de Segurança Prisional. Ressocialização.

Resumo

A obra “Gestão de Sistemas Prisionais: o papel do gestor público na ressocialização do apenado” surge como contribuição ao debate contemporâneo acerca da função social das instituições penitenciárias e da responsabilidade do gestor público na implementação de políticas que promovam a dignidade humana e a reintegração social. Ao longo das últimas décadas, o encarceramento deixou de ser apenas uma questão de segurança pública para se tornar um tema complexo, que envolve direitos humanos, políticas públicas, justiça social e cidadania.

No contexto internacional, as discussões sobre gestão prisional têm se intensificado, especialmente no que diz respeito à promoção de condições dignas às pessoas privadas de liberdade. As Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento de Reclusos (Regras de Mandela) enfatizam que o sistema prisional deve respeitar os direitos fundamentais dos indivíduos encarcerados, buscando sua reabilitação e retorno à vida em sociedade (ONU, 2015). A gestão prisional eficiente, humanizada e orientada por valores éticos é considerada elemento-chave nesse processo. Segundo Bayley (2006), a administração penitenciária deve incorporar critérios de equidade, eficácia e legalidade, ultrapassando o enfoque exclusivamente punitivo.

A atuação do gestor público, nesse sentido, é essencial para transformar o ambiente carcerário em um espaço de reconstrução de trajetórias sociais. Como destaca Cordeiro (2013), a gestão prisional precisa estar alinhada a políticas intersetoriais, com foco em educação, trabalho e saúde, contribuindo para uma justiça que transcenda o encarceramento e alcance a cidadania plena.

No Brasil, os desafios da gestão penitenciária são evidentes diante de um sistema marcado pela superlotação, pela precariedade da infraestrutura e pela fragilidade dos programas de reintegração. A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, inciso XLIX, garante aos presos o respeito à integridade física e moral, refletindo a necessidade de um modelo de gestão comprometido com os princípios da dignidade da pessoa humana (BRASIL, 1988). A Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210/1984), por sua vez, orienta que a finalidade da pena deve ser a reintegração social do apenado, o que exige ações articuladas entre o Estado, a sociedade e o sistema de justiça (BRASIL, 1984).

Estudos como os de Minayo et al. (2016) e Oliveira (2019) demonstram que o sucesso da ressocialização depende de políticas públicas efetivas, da formação continuada dos profissionais do sistema prisional e da atuação qualificada dos gestores públicos. Estes, ao ocuparem uma posição estratégica, devem ser capazes de articular recursos, planejar intervenções eficazes e fomentar práticas restaurativas que contribuam para reduzir a reincidência criminal.

Neste cenário de desafios estruturais, sociais e administrativos que permeiam os sistemas penitenciários, surge o livro: “GESTÃO DE SISTEMAS PRISIONAIS: O PAPEL DO GESTOR PÚBLICO NA RESSOCIALIZAÇÃO DO APENADO”. Trata-se de uma obra escrita para gestores públicos, profissionais da segurança pública, estudantes de administração, direito, serviço social, políticas públicas, sociologia, pedagogia, além de pesquisadores e demais interessados na temática da gestão prisional e da reintegração social.

Com base em uma abordagem analítica e fundamentada, o livro está organizado em três capítulos, cuidadosamente estruturados para oferecer uma compreensão ampla sobre os aspectos históricos, legais, institucionais e práticos da gestão penitenciária.

No Capítulo 1 – A Prisão é apresentado um panorama histórico e conceitual da prisão como instrumento de controle social, analisando sua origem, transformações e a função que desempenha na contemporaneidade. Discute-se o significado da pena privativa de liberdade, suas implicações sociais e os desafios que envolvem a sua aplicação sob a ótica dos direitos humanos e da ressocialização.

Já no Capítulo 2 – Sistema Penitenciário Brasileiro, é traçado um diagnóstico do sistema prisional brasileiro, abordando suas características estruturais, os principais entraves enfrentados pelas instituições penais e os fundamentos legais que regem sua organização. A discussão se volta também ao papel do gestor público na administração dessas unidades, destacando sua responsabilidade na condução de políticas e práticas que assegurem a dignidade e os direitos dos apenados.

Por fim,  o  capítulo 3, “Estratégias de Ressocialização dos Apenados”, apresenta propostas e experiências voltadas à reintegração social das pessoas privadas de liberdade, incluindo programas de educação, qualificação profissional, trabalho prisional, assistência psicossocial e atividades culturais. Ressalta-se a importância da atuação estratégica e articulada do gestor público como agente mobilizador de recursos, políticas e ações efetivas de ressocialização.

A leitura desta obra representa uma oportunidade valiosa para iniciar reflexões e discussões sobre o papel do gestor público no orbe prisional, contribuindo para a construção de práticas administrativas mais humanas, eficientes e voltadas à promoção da justiça social. Ao propor esse debate, o livro pretende lançar luz sobre a necessidade de transformar os espaços de privação de liberdade em ambientes que favoreçam a reconstrução de vidas e a valorização da cidadania.

Os autores,

Dieyson Rodrigo Gonçalvez

Giovana Sopelsa Schunke

Jean Carlos Schaefer

Fabiane Andressa Werlang

Vanderli Fernandes

Greici Castiglioni Pereira Carpes

Daiana dos Santos

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Biografia do Autor

Dieyson Rodrigo Gonçalvez, UNISC

Administração. Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC).

Giovana Sopelsa Schunke, UNISC

Serviço social. Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC).

Jean Carlos Schaefer, UNISC

Serviço social. Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC).

Fabiane Andressa Werlang, UNISC

Direito. Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC).

Vanderli Fernandes, UNISC

Direito. Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC).

Greici Castiglioni Pereira Carpes, URI

Psicologia. Universidade Regional Integrada (URI).

Daiana dos Santos, ULBRA

Serviço social. Universidade Luterana do Brasil (ULBRA).

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Publicado

2025-03-17

Como Citar

Gonçalvez, D. R., Schunke, G. S., Schaefer, J. C., Werlang, F. A., Fernandes, V., Carpes, G. C. P., & Santos, D. dos. (2025). GESTÃO DE SISTEMAS PRISIONAIS: O PAPEL DO GESTOR PÚBLICO NA RESSOCIALIZAÇÃO DO APENADO. Revista Ibero-Americana De Humanidades, Ciências E Educação, 22–61. Recuperado de https://periodicorease.pro.br/rease/article/view/18401

Edição

Seção

E-books

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