A GREVE DE JOGADORES DE FUTEBOL PROFISSIONAL NO URUGUAI: JORNAL EL PAÍS (1948 – 1949)

doi.org/10.29327/211653.6.10-2

Resumo

No ano de 1948 o futebol uruguaio vivenciava uma grave crise. Os jogadores, recém profissionalizados (1932), não tinham acesso aos mesmos direitos trabalhistas - conquistados principalmente durante os governos batllistas das primeiras décadas do século XX – que as outras categorias de trabalhadores dispunham. Decididos a conquistar direitos, criaram no ano de 1946 a MUTUAL Uruguaya de Futbolistas Profesionales, primeira entidade representativa de atletas do futebol criada naquele país, funcionando em um modelo muito semelhante ao sindical. Tal entidade organizou no ano de 1948 uma greve de jogadores, paralisando os campeonatos locais por longos 8 meses. Os jogadores reivindicando - entre outras demandas - uma mudança no regime de contratações, reconhecimento sindical e salário mínimo. A greve gerou um impacto importante na sociedade e na política uruguaia já que o futebol é um elemento de destaque naquele país, bem como em toda a América do Sul. O presente trabalho busca analisar, através das páginas esportivas do jornal El País (principal periódico do país), o conflito entre jogadores e dirigentes, bem como sua cobertura pela imprensa e opinião pública e as consequências geradas.