ANÁLISE DO USO DA DROGA PSICODÉLICA CETAMINA PARA TRATAMENTO DE DEPRESSÃO EM IDOSOS: UMA REVISÃO DE LITERATURA
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v10i6.14573Palavras-chave:
Depressão. Cetamina. Tratamento. Idosos.Resumo
Introdução: O envelhecimento populacional apresenta um perfil de morbimortalidade inusitado, com a redução das doenças infectocontagiosas e aumento de doenças crônico-degenerativas, como a depressão, que atinge cerca de 30% dos idosos. A depressão, trata-se de uma condição complexa, influenciada por fatores biológicos, psicológicos e sociais. Embora existam mais de oito classes de antidepressivos no mercado, apenas 30 a 35% dos pacientes respondem adequadamente ao tratamento. Um desses medicamentos é a cetamina, tradicionalmente utilizada como anestésico, que tem demonstrado eficácia em quadros de depressão resistente. Estudos sugerem que sua ação sobre neurotransmissores, como o glutamato, é capaz de mitigar os sintomas depressivos ao bloquear receptores N-metil-D-aspartato (NMDA) e ativar outros que estimulam a neuroplasticidade das sinapses, como α-amino-3-hidroxi-5-metilisoxazol-4-acidoprpionico (AMPA). O presente trabalho visa sintetizar achados sobre o uso da cetamina no tratamento de depressão em idosos através de revisão de literatura. Objetivo: Compreender os efeitos do uso de cetamina em idosos para tratamento de depressão. Metodologia: Revisão de literatura realizada no banco de dados Pubmed, Scielo, Lilacs em artigos que cumpriram os critérios de inclusão, exclusão e descritores. Resultados: Estudos indicam melhorias significativas após 8 infusões iniciais de cetamina, destacando benefícios como bem-estar psicológico e redução de ideias suicidas em pacientes acima de 60 anos. Embora sua eficácia tenha sido observada em idosos, comparações com adultos mais jovens revelaram maior responsividade nestes últimos quando inicia o tratamento precocemente. A cetamina também se mostrou eficaz no tratamento da depressão catatônica em idosos, apresentando resultados positivos como alternativa à terapia eletroconvulsiva em situações como a pandemia e comorbidades restritivas. Pesquisas com spray nasal de cetamina na França mostraram redução na pontuação da Escala de Depressão de Montgomery-Åsberg, porém a dose ideal para idosos, nesse estudo, não foi definida. Já em outro estudo sobre a dosagem em veteranos militares idosos indicam maior probabilidade de segurança e eficácia de resposta com cetamina 0,5mg, e essa tendo melhor probabilidade de tratamento em comparação ao midazolam. Revisões ressaltam a escassez de literatura sobre este assunto, sendo isso uma limitação, apesar de resultados promissores até o momento. Conclusão: A cetamina é promissora para a depressão resistente em idosos, embora haja resultados incertos. Seu uso demonstra rápida remissão, mas desafios, como definir a dose ideal, forma de administração e compreender efeitos a longo prazo, persistem. Portanto, são necessárias pesquisas adicionais para orientações mais específicas para prática clínica, visando aprimorar o tratamento da depressão em idosos.
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