MULHERES NEGRAS COTISTAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA E AS POLÍTICAS DE AÇÕES AFIRMATIVAS: HISTÓRIAS MODIFICADAS
https://doi.org/10.29327/211653.6.7-1
Resumo
O trabalho apresenta uma pesquisa que investigou trajetórias de mulheres negras cotistas dos cursos de graduação da Universidade Federal de Santa Catarina. Doze acadêmicas foram entrevistas. Os conceitos de habitus, campus e capital, de Pierre Bourdieu, e o de interseccionalidade, de Kimberlé Crenshaw, foram mobilizados para fundamentar a análise das trajetórias relatadas. O espaço universitário, como campus, é concebido como um campo estruturado, lugar das práticas, das relações, do reconhecimento, mas também das discriminações e do racismo institucional, que moldam os valores e as oportunidades para as diferenças identitárias que ali convivem. Identificamos quais tipos de capitais as estudantes mobilizaram para vencer os obstáculos e, considerando a categoria de habitus, evidenciamos as mudanças em curso nas suas trajetórias. A categoria de interseccionalidade foi utilizada para uma compreensão mais complexa de como duas ou mais formas de subordinação se agregam, reconhecendo também outros fatores relacionados às suas identidades sociais, tais como classe, raça, cor, etnia, religião, origem, orientação sexual, etc. que são socialmente discriminados. Nesse sentido, a pesquisa denuncia processos de produção e de reprodução das desigualdades raciais e de gênero que perpetuam injustiças sociais, e, por outro lado, vê as Políticas de Ações Afirmativas como meio de atuar coletivamente por mais igualdade, justiça e reconhecimento das diferenças.
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