A INFLUÊNCIA DA PSICANÁLISE NA REALIDADE DA ESCOLA PÚBLICA EM UM ESTUDO DE CASO: AS ANGÚSTIAS EXISTENCIAIS DE ESTUDANTES NA FAIXA ETÁRIA DE 10 -14 ANOS

Autores

  • Rita de Cássia Cláudio Rodrigues Universidad Del Sol

DOI:

https://doi.org/10.51891/rease.v9i6.10454

Palavras-chave:

Psicanálise. Educação. Criança. Adolescência. Angústia.

Resumo

O presente artigo tem o propósito de fomentar reflexões sobre o “eu” em meio à contundentes problemas sociais contemporâneos que vêm afetando de forma danosa o desenvolvimento de crianças e adolescentes. O material investigativo utilizado na presente pesquisa teve o objetivo de comunicar algumas percepções nesse sentido, obtidas de entrevistas com pais e atores da educação que trabalham em escola(s) pública(s) municipal da cidade de Fortaleza, Ceará, Brasil. A presente pesquisa foi realizada em uma comunidade escolar composta por profissionais educadores e famílias de alunos(as) regularmente matriculados. Para que esse trabalho fosse desenvolvido foi delimitado como escopo da pesquisa uma amostra de crianças de 10 a 14 anos com as mais diversas características como: ausência de interesse da sua vida e do seu futuro; relatos de suicídio; mutilações corporais e deteriorações do pensamento saudável no sentido de resistir a mitigar insucessos em suas vidas. As referidas situações foram constatadas a partir do engajamento da autora no “Projeto de Atendimento Educacional Especializado, um serviço da Educação Especial: A Escola Aprendendo com as Diferenças”. O citado serviço é garantido por Leis da Constituição Federal de 1988 do Brasil. O presente estudo foi embasado em Sigmund Freud, Lacan, Nietzsche, dentre outros ícones que contribuíram para as bases da Psicanálise. As ações psicanalíticas realizadas e comunicadas nesse sítio tiveram apoio da Gestão da escola objeto desse estudo, profissionais da educação e familiares/cuidadores. O modus operandi ocorreu por meio de rodas de conversas, reflexões coletivas e individuais, realizado em um ambiente de sala fechada aonde foram expostos diversos vídeos com relatos de experiências de pessoas com deficiências ou incapacidades físicas ou psíquica, mas, que desenvolveram suas vidas com autonomia e independência, sendo capazes de se desafiar e viver plenamente em seu ambiente social. No transcorrer dessas ações observou-se que as vivências com as rodas de conversas, reflexões individuais e a escuta a todos nos grupos foi meio de subsidio de mudanças significativas nos comportamentos de alguns participantes. As crianças e os adolescentes partícipes dessa experiência apresentaram melhoria em suas aprendizagens, revelando maior interesse em participar das atividades escolares propostas por seus mediadores, reagindo com comportamentos desejáveis e vinculados à sua idade e série escolar. Foi também observado indícios de melhoria na saúde mental, maior tolerância e melhoria nas capacidades de entender a si mesmo e acolher o outro com as suas dificuldades. Percebeu-se ainda, que o trabalho realizado na escola objeto desse estudo auxiliou o participante a ter uma maior compreensão sobre si mesmo diante de suas capacidades, habilidades e/ou limitações. Finalmente, conclui-se que, promover maiores reflexões e pensares sobre possíveis mudanças a partir dos estudos realizados no Curso de Formação em Psicanálise Clínica, considerando o relevante referencial teórico em Sigmund Freud e pós-freudianos são ações que auxiliam a prevenir danos em crianças e adolescentes, de ordem comunicativa ou ainda tentativas de retirada de suas próprias vidas de acordo com as angústias relatadas por cada um, neste intervalo de idade ou fase.

Biografia do Autor

Rita de Cássia Cláudio Rodrigues, Universidad Del Sol

Professora da rede de escola pública Municipal de Fortaleza, Ceará, Brasil. Mestra em Ciências da Educação pela Universidad Del Sol, Paraguay. Doutoranda em Ciências da Educação pela Universidad Del Sol, Paraguay. 

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Publicado

2023-07-18

Como Citar

Rodrigues, R. de C. C. (2023). A INFLUÊNCIA DA PSICANÁLISE NA REALIDADE DA ESCOLA PÚBLICA EM UM ESTUDO DE CASO: AS ANGÚSTIAS EXISTENCIAIS DE ESTUDANTES NA FAIXA ETÁRIA DE 10 -14 ANOS . Revista Ibero-Americana De Humanidades, Ciências E Educação, 9(6), 2758–2779. https://doi.org/10.51891/rease.v9i6.10454