ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A TRANSFERÊNCIA NA CLÍNICA PSICANALÍTICA COM CRIANÇAS
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v9i3.9191Palavras-chave:
Psicanálise. Criança. Transferência.Resumo
Este trabalho trata-se de uma revisão de literatura narrativa que buscou apresentar algumas considerações sobre a transferência na clínica psicanalítica com crianças, a partir da perspectiva freudo-lacaniana. Mediante esse método, investigaram-se os escritos por meio de livros de autores de referência no assunto. Assim, numa perspectiva precípua, aparece Sigmund Freud, Jacques Lacan e, posteriormente, os estudos de Maud Mannoni e Liége Lise. Inicialmente, utilizou-se como base de discussão a obra de Freud, intitulada Análise de uma Fobia em um Menino de Cinco Anos “O Pequeno Hans” (1909). Esse caso clínico foi de suma importância para o desenvolvimento da análise com criança, visto que é o primeiro relato a ser publicado por Sigmund, desenvolvido posteriormente por seus seguidores. Desse modo, por meio do exame de tais materiais, foi possível verificar algumas características peculiares ao atendimento psicanalítico infantil, dentre estas: o processo analítico inicia-se a partir de um desejo de um terceiro, ou seja, a criança não tem autonomia para buscar um psicanalista, sendo essa procura o fruto do desejo dos pais. Dessa maneira, é um processo transferencial que se dá a muitos, visto que são estes que buscam o tratamento com a expectativa resolver algo, que, em grande parte, diz de suas próprias faltas, isto é, os seus próprios sintomas. Assim, o objetivo da análise infantil visa à passagem da criança-sintoma à criança que tem sintoma, e dar a este a possibilidade de assumir o seu próprio desejo em detrimento de seus cuidadores, consequentemente deixa de responder a suas expectativas e faltas. Em contrapartida, sem o estabelecimento da transferência, tal processo fica impossibilitado de ocorrer, não havendo tal fenômeno não há como se desenvolver a análise. Dessa forma, a análise é atravessada por este, na qual se dá de forma coletiva ou a muitos. E cabe o analista atentar a estes aspectos na busca de desenvolver o manejo transferencial.
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