BOAS PRÁTICAS NO CUIDADO AO DOENTE CRÍTICO SUBMETIDO A OXIGENOTERAPIA DE ALTO FLUXO POR CÂNULA NASAL
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v9i2.8577Palavras-chave:
Oxigenoterapia de alto fluxo. Cânula Nasal. Cuidados Críticos.Resumo
Introdução: O recurso à oxigenoterapia de alto fluxo por cânula nasal no cuidado ao doente crítico adulto tem sofrido um crescimento exponencial. Os estudos desenvolvidos atestam a sua eficácia num leque cada vez mais diversificado de situações. Os benefícios fisiológicos e o conforto proporcionado tornam esta terapia uma forte alternativa à ventilação mecânica não invasiva. As práticas adotadas pelos profissionais podem influenciar o sucesso da terapia e o outcome do doente. Objetivo: Mapear a evidência científica disponível acerca das boas práticas a adotar no cuidado ao doente crítico submetido a oxigenoterapia de alto fluxo por cânula nasal. Metodologia: Foi efetuada uma revisão scoping de acordo com as orientações do Joanna Briggs Institute. A pesquisa foi efetuada na plataforma EBSCOhost©, na base de informações médicas UpToDate®, em revistas e jornais da especialidade, com limitação temporal para publicação dos estudos entre os anos de 2018 e 2022. A seleção teve por base a aplicação de critérios de inclusão e exclusão tendo sido selecionado um total de 7 artigos. Resultados: Os resultados obtidos remetem para a utilização da oxigenoterapia de alto fluxo em situações como: insuficiência respiratória aguda com hipoxemia; nas pausas da ventilação mecânica não invasiva; no pós-operatório ou no doente não cirúrgico com risco baixo/moderado de falha na extubação. O sucesso/insucesso da terapia é fortemente relacionado com a formação/experiência dos profissionais, com os valores de frequência respiratória e com os parâmetros de oxigenação/ventilação no início da terapia. A aplicação do índice de oxigenação respiratória, o controlo do balanço hídrico e o posicionamento precoce em decúbito ventral são ferramentas importantes na prevenção da falha. O fluxo de ar-oxigénio deve ser otimizado até ao máximo de 60L/min, ajustando-se de seguida a fração de oxigénio inspirado à saturação alvo para o doente. Valores mais baixos de temperatura do ar-oxigénio fornecido ao doente são promotores de maior conforto e tolerância. Conclusões: Este estudo permitiu uma ampliação do conhecimento sobre as boas práticas a adotar no cuidado ao doente crítico submetido a oxigenoterapia de alto fluxo por cânula nasal. É importante que se desenvolvam mais estudos e com maior nível de evidência, que sustentem a prática clínica dos profissionais na abordagem ao doente crítico submetido a oxigenoterapia de alto fluxo, e possibilitem a criação de recomendações/diretrizes de prática clínica.
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