A PEDAGOGIA FILANTRÓPICA DE J.H. PESTALOZZI E A INFLUÊNCIA DO SEU PENSAMENTO E MÉTODO SOBRE SEU DISCÍPULO H.L.D. RIVAIL (ALLAN KARDEC)

Resumo

O interesse pelo tema abordado nesta pesquisa se deve ao fato de que a relação de J.H. Pestalozzi com o seu discípulo H.L.D. Rivail, futuro Allan Kardec, não está documentada, não obstante, os treze volumes de cartas do primeiro a amigos, familiares, discípulos, intelectuais e nobres de toda a Europa e de um novo volume, recentemente publicado, de cartas de amigos a Pestalozzi. Se Pestalozzi desejava implantar o seu método na França (nesse sentido, teve, inclusive, uma audiência com Napoleão Bonaparte), por qual razão não teria trocado um bilhete sequer com o discípulo Rivail que se destacou desde o início da sua internação, aos onze anos, no Instituto de Yverdon? Este mesmo discípulo que aos dezenove anos, já de regresso à França, publicava obras pedagógicas aplicando o método pestalozziano (filantropicamente, inclusive) e que, por mais de trinta anos, dedicou-se à educação, dirigiu institutos e pertenceu a dezenas de academias de ciência e que esteve, sempre, na vanguarda. Considerando que Pestalozzi envergava um caráter emotivo, intuitivo e apaixonado e não era de desprezar ninguém, pois escrevia cartas sempre muito afetuosas a crianças, adolescentes e a pessoas das mais diversas posições sociais, por qual razão não teria escrito um único bilhete àquele que era um discípulo de destaque e que se esforçava por divulgar o seu método em Paris? Personalidades diferentes, sim, mas com ideias muito próximas. Quais as razões? Silêncio propositado? Admitido o fato de Rivail haver sido discípulo de Pestalozzi, como o ideal de uma pedagogia filantrópica praticada pelo segundo influenciou a vigorosa obra pedagógica e espiritualista do primeiro? Estes os objetos de investigação que esta pesquisa propõe desenvolver.