A INFÂNCIA E O BRINCAR
Palavras-chave:
A infância. Ludicidade. O brincarResumo
Este livro procura estabelecer uma relação entre o brincar, a infância imersa em um contexto de consumo e o mundo tecnológico da sociedade moderna e discute o papel da escola nesse ambiente. Nesse sentido, queremos analisar a relação entre o brincar na sociedade atual e, assim, a relação entre os objetos lúdicos na vida das crianças de hoje e seus pais.
Hoje, onde a lógica do consumo está fortemente presente, as crianças são vistas como consumidoras naturais, e isso é preocupante, pois são seduzidas por mercadorias, brinquedos industriais, perdem a liberdade e autonomia na criação de seu próprio mundo e tornam-se homogeneizadas. Acreditamos que este trabalho contribui para a proteção do brincar como principal atividade da vida das crianças, e os objetos utilizados para isso devem ser remarcados, o que, entre outras coisas, potencializa a criatividade, a ludicidade, a mobilidade, a autonomia.
Na sociedade atual, é fácil perceber como a tecnologia mudou a vida, os hábitos e as escolhas das pessoas. A vida moderna acarreta uma certa dependência do homem em relação às inovações tecnológicas. Não podemos mais imaginar nosso trabalho, estudo ou lazer sem um celular ou um computador com conexão à internet por perto, entre outros aparelhos que quase podemos classificar como uma extensão do nosso corpo. Essas inovações também estão presentes na vida e nas atividades das crianças e, principalmente, nos brinquedos e brincadeiras infantis.
Ao falar sobre a tecnologia atual e principalmente sobre a relação da criança com ela, é importante remeter à ideia da lógica do consumo. Isso significa que não podemos esquecer que a sociedade em que vivemos é capitalista e, portanto, somos consumidores, e as crianças não são diferentes.
As crianças são cada vez mais o alvo da indústria de produtos infantis. Alguns comerciais de TV têm como alvo as crianças, seja comida, roupas e principalmente brinquedos.
As crianças passam a maior parte do tempo imersas no mundo tecnológico, principalmente no vórtice da propaganda voltada para o consumo, que desempenha um papel importante nas escolhas e atitudes das crianças. No impulso incontrolável de acumular, não só a criança deve “pegar”, mas os pais se esforçam para ter um padrão de vida melhor e poder proporcionar aos filhos o que não tiveram na infância. Na verdade, os pais culpados tentam compensar o tempo longe dos filhos comprando brinquedos, roupas e alimentos que antes não podiam pagar. uma lição de consumismo que durará o resto de sua vida.
Também é importante saber caracterizar uma criança nesse contexto, pois a cultura de consumo acaba por homogeneizar as pessoas. A individualidade, a identidade é mascarada em meio aos valores da sociedade marcados por produtos e mercadorias. Cada vez mais brinquedos modernos com um novo visual têm vozes, formas e praticamente não usam a imaginação da criança para dirigir. Atividades como criar, desenhar, imaginar ficam em segundo plano. O pensamento e a criatividade de uma criança são posteriormente desvalorizados.
Nesse contexto, o objetivo deste livro foi estabelecer uma relação entre a infância imersa na brincadeira, um contexto de consumo, e o mundo tecnológico da sociedade moderna, questionando o papel da escola nesse ambiente e, assim, refletindo sobre o papel da escola. Nas áreas lúdicas das crianças de 4 a 5 anos, também enfatizamos a compreensão dos pais sobre o brincar na infância e, a partir desse pressuposto, coletamos informações que ajudam a compreender as diferenças entre os pais e a infância de seus filhos.
Esperamos também que este livro ajude os professores que trabalham com crianças pequenas e que têm tantas dificuldades para conciliar a tecnologia moderna com a proposta de incentivar os processos criativos em sala de aula, utilizando o brincar como método de ensino e envolvendo a criança.
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