COMBINAÇÃO DE BENZODIAZEPÍNICOS COM PSICOTERAPIA NO DESFECHO DO QUADRO DE ANSIEDADE: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v10i11.16579Palavras-chave:
Receptores Benzodiazepínicos. Psicoterapia. Transtornos de Ansiedade.Resumo
Introdução: Benzodiazepínicos têm sido amplamente utilizados desde a década de 1960 no tratamento da ansiedade e insônia, atuando no sistema nervoso central. No entanto, o uso prolongado pode ser prejudicial, mascarando questões subjacentes e exigindo uma abordagem terapêutica mais cuidadosa. A combinação de benzodiazepínicos com psicoterapia surge como uma alternativa promissora no manejo de transtornos de ansiedade. Objetivo: Revisar a literatura sobre a eficácia da combinação de benzodiazepínicos e psicoterapia no tratamento de transtornos de ansiedade. Metodologia: Esta revisão sistemática utilizou buscas em bases de dados como PubMed, Cochrane Library, PsycINFO, Embase e Scopus, com foco em artigos publicados entre 2012 e 2022, em português e inglês, que avaliaram adultos com transtornos de ansiedade tratados com a combinação de benzodiazepínicos e psicoterapia. Resultados: A combinação de benzodiazepínicos com psicoterapia mostrou-se mais eficaz do que o uso isolado de qualquer um dos tratamentos em vários transtornos de ansiedade, particularmente no transtorno de ansiedade generalizada (TAG) e no transtorno do pânico. Estudos indicam que os benzodiazepínicos oferecem um alívio rápido dos sintomas, o que pode facilitar a adesão inicial à psicoterapia, especialmente em pacientes com níveis elevados de ansiedade. Além disso, a psicoterapia, especialmente a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), tem um efeito duradouro na redução da ansiedade e na prevenção de recaídas a longo prazo, o que diminui a dependência dos benzodiazepínicos. Entretanto, alguns estudos sugerem que o uso prolongado de benzodiazepínicos pode prejudicar o progresso na psicoterapia, atenuando o desconforto emocional necessário para o processo terapêutico. Também foram observados efeitos adversos significativos associados ao uso prolongado de benzodiazepínicos, como dependência e efeitos cognitivos, ressaltando a importância de uma administração cuidadosa. A análise revelou que a combinação é mais vantajosa no início do tratamento, mas a retirada gradual dos benzodiazepínicos é recomendada para evitar a dependência a longo prazo. Conclusão: A revisão aponta que a combinação de benzodiazepínicos com psicoterapia oferece benefícios significativos no manejo de transtornos de ansiedade, especialmente em termos de alívio imediato dos sintomas e mudanças comportamentais sustentáveis. No entanto, o uso prolongado de benzodiazepínicos deve ser cuidadosamente monitorado devido ao risco de efeitos adversos. A abordagem integrada pode ser particularmente útil em casos graves de ansiedade, mas o foco em estratégias de longo prazo, como a psicoterapia, é crucial para manter os resultados e reduzir a dependência farmacológica.
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