A GENTE TRABALHAVA, ROÇAVA, FAZIA O DIACHO. DEPOIS FOI QUE VEIO ESSE NEGÓCIO DE IBAMA E TRANCOU TUDO: CONSERVAÇÃO E CONFLITO SOCIOAMBIENTAL NO ALTO DO MORRO DA FONTE GRANDE (VITÓRIA - ES)
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v7i4.999Palavras-chave:
Etnografia - conservacionismo - conflito socioambiental - morro da Fonte Grande.Resumo
Este artigo é resultado de minha pesquisa de mestrado em Ciências Sociais - realizado na Universidade Federal do Espírito Santo -, que vem refletir sobre o conflito socioambiental existente no Campinho, situado no alto do morro da Fonte Grande (Vitória-ES), cenário de uma disputa por um espaço urbano “verde” imprensado entre duas secções de uma área de proteção integral. A área ocupada há gerações pelo coletivo “virou” parque, e não se pode mais caçar, coletar ou plantar. Os recursos naturais foram delimitados e nem mesmo sobre o espaço de suas moradias eles têm mais controle e autonomia, visto que há uma proibição relativa à construção ou reforma dos imóveis por estarem, segundo a Prefeitura Municipal de Vitória, localizados em Área de Interesse Ambiental, Zona de Proteção Ambiental e Área de Proteção Ambiental do Maciço Central. Através da etnografia, procurei seguir atores humanos e não humanos para entender as representações dos ambientalistas, gestores e técnicos ambientais bem como do coletivo. Profundamente desiguais em termos de poder político dos agentes humanos envolvidos, as perspectivas defendidas reiteram o confronto entre a preservação da oposição entre natureza e sociedade, consolidando políticas de reclusão (natural) e exclusão (social), e a permanência no local dos guardiões atuantes de outro regime de relações entre humanos e não humanos.
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