O TRATAMENTO DO CÂNCER DE MAMA DURANTE A GESTAÇÃO

Resumo

O câncer de mama durante a gestação constitui um desafio clínico e emocional de elevada complexidade, uma vez que envolve o manejo simultâneo da saúde materna e fetal. As alterações fisiológicas próprias da gravidez frequentemente mascaram os sinais iniciais da doença, ocasionando diagnóstico tardio e comprometendo o prognóstico. Diante dessa problemática, o presente estudo teve como objetivo geral avaliar as características, taxas de desenvolvimento e dificuldades enfrentadas por gestantes durante o tratamento do câncer de mama, além de identificar os sentimentos vivenciados e a segurança das terapias empregadas. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica e descritiva, desenvolvida por meio de revisão integrativa da literatura, utilizando publicações entre 2015 e 2024 nas bases SciELO, LILACS, PubMed e BVS Saúde. Os resultados evidenciam que o diagnóstico é, em geral, tardio, e o tratamento cirúrgico apresenta-se como conduta segura em qualquer trimestre, enquanto a quimioterapia é recomendada apenas a partir do segundo trimestre, com risco reduzido de malformações fetais. As principais intercorrências neonatais relatadas foram parto prematuro e baixo peso ao nascer. No âmbito emocional, predominam sentimentos de medo, culpa, angústia e insegurança, reforçando a necessidade de suporte psicológico e social. Conclui-se que o manejo do câncer de mama durante a gestação requer abordagem interdisciplinar, protocolos individualizados e atenção integral à saúde da mulher e do feto, priorizando tanto a eficácia terapêutica quanto o cuidado humanizado.