BABESIOSE CEREBRAL EM BOVINOS (REVISÃO BIBLIOGRÁFICA)

Resumo

A babesiose cerebral em bovinos constitui uma das manifestações mais graves do complexo conhecido como Tristeza Parasitária Bovina (TPB), sendo causada principalmente por Babesia bovis, protozoário transmitido pelo carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus. Este Trabalho de Conclusão de Curso tem como objetivo realizar uma revisão bibliográfica sobre a etiologia, fisiopatologia, diagnóstico, tratamento e medidas de controle da babesiose cerebral em bovinos. A enfermidade caracteriza-se pelo sequestro de eritrócitos parasitados nos capilares cerebrais, ocasionando obstrução vascular, hipóxia e manifestações neurológicas graves, como convulsões, cegueira e coma. O diagnóstico é baseado na integração de dados clínicos, epidemiológicos, laboratoriais e anatomopatológicos, sendo confirmado através da realização de esfregaços sanguíneos, histopatologia de órgãos como baço, fígado e encéfalo, além de técnicas moleculares, como a PCR. Por sua vez, o tratamento envolve o uso de babesicidas, como o dipropionato de imidocarb e o aceturato de diminazeno, associados a terapias de suporte. No entanto, por apresentar rápida evolução clínica, o prognóstico se torna reservado. A prevenção e o controle da doença dependem da adoção de medidas integradas, como o manejo racional do carrapato, vacinação, rotação de pastagens e utilização de raças mais resistentes. A babesiose cerebral gera expressivos prejuízos econômicos à pecuária, devido à mortalidade, queda na produtividade e custos de tratamento. Avanços recentes em biologia molecular e imunologia têm contribuído para o desenvolvimento de novas estratégias diagnósticas e vacinais, oferecendo perspectivas promissoras para o controle da enfermidade. Diante disso, pode-se concluir que a babesiose cerebral representa um importante desafio sanitário e econômico para a bovinocultura, exigindo abordagens multidisciplinares e contínuos investimentos em pesquisa e manejo integrado.