CIRURGIA BARIÁTRICA E O PROGNÓSTICO DE PACIENTES PORTADORA DE OBESIDADE
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v11i6.19723Palavras-chave:
Cirurgia Bariátrica. Obesidade. Prognóstico. Perda de Peso e Resultado do Tratamento.Resumo
Introdução: A obesidade, definida como um acúmulo excessivo de gordura corporal, transcende a concepção de uma condição puramente estética para ser reconhecida como uma doença crônica, multifatorial e uma das mais graves epidemias de saúde pública em escala global. O seu impacto se manifestava não apenas pelo excesso de peso, mas principalmente pela forte associação com o desenvolvimento e a exacerbação de múltiplas comorbidades de alto risco, como diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial sistêmica, dislipidemias e diversas afecções cardiovasculares, que historicamente diminuíam a expectativa e a qualidade de vida dos indivíduos afetados. Diante da dificuldade de muitos pacientes em obterem uma perda de peso sustentada apenas com tratamentos clínicos convencionais, os procedimentos cirúrgicos metabólicos e bariátricos surgiram como uma alternativa terapêutica de elevada eficácia, capazes de induzir alterações fisiológicas e hormonais profundas que iam muito além da simples restrição ou má absorção alimentar. Objetivo: O objetivo desta revisão sistemática de literatura foi analisar e sintetizar as evidências científicas disponíveis, publicadas nos últimos dez anos, sobre o impacto da cirurgia bariátrica no prognóstico de médio e longo prazo de pacientes portadores de obesidade. Metodologia: A metodologia desta revisão foi pautada nas diretrizes do checklist PRISMA. Realizou-se uma busca sistemática nas bases de dados PubMed, Scielo e Web of Science por artigos publicados nos últimos dez anos. Foram empregados os seguintes descritores: "Cirurgia Bariátrica", "Obesidade", "Prognóstico", "Perda de Peso" e "Resultado do Tratamento". Os critérios de inclusão definidos foram: (1) estudos que avaliaram pacientes adultos submetidos a técnicas de cirurgia bariátrica; (2) artigos que reportaram desfechos prognósticos como perda de peso ou resolução de comorbidades; e (3) estudos observacionais ou ensaios clínicos. Foram utilizados como critérios de exclusão: (1) estudos com foco exclusivo em reganho de peso sem análise prognóstica; (2) relatos de caso ou editoriais; e (3) pesquisas realizadas em populações pediátricas. Resultados: Os resultados encontrados na literatura analisada indicaram consistentemente que a cirurgia bariátrica promoveu uma melhora substancial no prognóstico dos pacientes. O principal desfecho observado foi uma perda de peso significativa e sustentada na maioria dos indivíduos. Adicionalmente, foi demonstrada uma alta taxa de remissão ou melhora expressiva de comorbidades, com destaque para o controle glicêmico e a remissão do diabetes mellitus tipo 2, além da normalização da pressão arterial e dos perfis lipídicos. Os estudos também apontaram para uma redução significativa na mortalidade por todas as causas e por causas cardiovasculares no grupo de pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico quando comparados a controles com manejo clínico. Conclusão: Concluiu-se, com base nas evidências científicas analisadas, que a cirurgia bariátrica se estabeleceu como a intervenção terapêutica mais eficaz para promover uma mudança positiva e duradoura no prognóstico de pacientes com obesidade. A capacidade do procedimento em induzir uma perda de peso robusta e sustentada, aliada à notável resolução de comorbidades metabólicas e cardiovasculares, resultou em uma comprovada redução da mortalidade e em uma melhora significativa da qualidade de vida, consolidando o tratamento cirúrgico como um pilar fundamental no manejo desta condição crônica.
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