APLICAÇÃO DA RADIOLOGIA FORENSE À MEDICINA LEGAL
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v11i5.19544Palavras-chave:
Radiologia forense. IML. Identificação. Medicina legal.Resumo
A radiologia forense é uma especialidade da medicina legal que aplica técnicas de imagem médica à investigação criminal. Desde a sua origem no século XIX, com a descoberta dos raios X, a radiologia tem evoluído e se consolidado como ferramenta fundamental para identificação de corpos, análise de traumas, estimativas antropométricas e determinação da causa da morte. Este artigo apresenta uma revisão de literatura sobre a aplicabilidade da radiologia forense no contexto jurídico e médico-legal, enfatizando sua crescente importância no Brasil e no mundo. A metodologia consistiu na seleção e análise de oito artigos científicos, obtidos nas bases PubMed e Google Scholar, nos idiomas português e inglês, com recorte temporal entre 2020 e 2025. Os critérios de inclusão e exclusão garantiram o rigor metodológico na construção do estudo. Na discussão, o artigo destaca as principais aplicações da radiologia forense: identificação de corpos em estados de carbonização, putrefação ou esqueletização, por meio da comparação entre exames ante mortem e post mortem; estimativas de idade, sexo e estatura por meio da análise de estruturas ósseas e dentárias; avaliação de traumas, com diferenciação entre lesões antigas e recentes; determinação da causa da morte, especialmente em situações que inviabilizam a necropsia tradicional; e detecção de projéteis e corpos estranhos no interior do corpo da vítima. No Brasil, o uso da radiologia forense foi notoriamente relevante na identificação das vítimas da tragédia de Brumadinho, em 2019. O protocolo DVI (Disaster Victim Identification), aliado ao uso de exames radiológicos, possibilitou a identificação de vítimas por meio de próteses, lesões características e estruturas metálicas, mesmo com o desafio da impregnação de minério nos corpos. O artigo também aborda a realidade da radiologia forense no Brasil, indicando avanços significativos em grandes centros como São Paulo, que já utilizam rotineiramente tomografia computadorizada em virtópsias. No entanto, a prática ainda é limitada em muitas regiões devido à falta de infraestrutura e recursos tecnológicos. O futuro aponta para inovações como o uso da impressão 3D, inteligência artificial e integração de bancos de dados nacionais, o que poderá ampliar o alcance e a eficiência das investigações forenses. Conclui-se que a radiologia forense representa uma alternativa moderna e eficaz à necropsia convencional, com potencial de contribuir significativamente para a justiça e os direitos das vítimas e seus familiares.
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