OTITE MÉDIA AGUDA SUPURADA: UMA AVALIAÇÃO DAS PERSPECTIVAS CLÍNICAS

Resumo

Introdução: A otite média aguda supurada constituiu uma condição inflamatória prevalente do ouvido médio, notavelmente caracterizada pela presença de exsudato purulento. Ao longo da história clínica, representou um desafio significativo, particularmente na faixa etária pediátrica, dada sua incidência e potencial para desencadear complicações. A compreensão aprofundada de suas manifestações clínicas, da etiopatogenia subjacente e da evolução natural da doença ao longo do tempo mostrou-se essencial para um manejo clínico eficaz e a prevenção de sequelas a longo prazo. As publicações científicas e estudos realizados na última década exploraram intensamente as diversas facetas desta enfermidade, visando aprimorar as ferramentas diagnósticas, otimizar as estratégias terapêuticas e desvendar os fatores de risco associados à sua ocorrência e recorrência. A relevância clínica da otite média aguda supurada permaneceu inquestionável, impactando diretamente a qualidade de vida dos pacientes e impondo consideráveis custos aos sistemas de saúde em escala global. Objetivo. O objetivo desta revisão sistemática de literatura deteve-se em sintetizar e avaliar criticamente as perspectivas clínicas atuais sobre a otite média aguda supurada, com base nas evidências disponíveis na literatura científica publicada nos últimos dez anos. Metodologia: A metodologia empregada nesta revisão seguiu rigorosamente as recomendações estabelecidas pelo checklist PRISMA. Realizou-se uma busca sistemática em bases de dados eletrônicas de grande relevância, incluindo PubMed, SciELO e Web of Science. Para Abranger o tema de interesse, foram empregados os seguintes descritores: "otite média aguda supurada", "manifestações clínicas", "diagnóstico", "tratamento" e "complicações". Foram considerados elegíveis para inclusão estudos que abordassem as perspectivas clínicas da otite média aguda supurada em seres humanos, publicados exclusivamente nos últimos dez anos, com a expressa exclusão de publicações datadas de 2021. Como critérios de exclusão, definiram-se a não conformidade com o período de publicação estipulado, o formato do estudo não ser original (como revisões narrativas) e a ausência de dados clínicos pertinentes à otite média aguda supurada. Resultados: Os resultados obtidos a partir da busca bibliográfica ratificaram a otite média aguda supurada como uma condição de contínua importância no cenário clínico. Os achados principais ressaltaram a crucialidade do diagnóstico precoce, fundamentado na identificação acurada dos sinais otoscópicos característicos e na avaliação criteriosa dos sintomas reportados pelos pacientes. O tratamento com antibióticos manteve-se como a pedra angular da abordagem terapêutica, embora as publicações tenham consistentemente destacado o crescente desafio representado pela resistência bacteriana. Conquanto menos comuns na era pós-antibiótica, as complicações da otite média aguda supurada ainda foram documentadas, enfatizando a necessidade imperativa de vigilância constante e manejo clínico adequado de cada caso. As perspectivas clínicas mais recentes apontaram para a importância da individualização do manejo, considerando a identificação e mitigação dos fatores de risco tanto individuais quanto ambientais associados à recorrência da doença. Conclusão: Em conclusão, a otite média aguda supurada permaneceu uma condição prevalente com significativas implicações clínicas. As evidências coletadas e analisadas nesta revisão reforçaram a necessidade de um diagnóstico preciso e de um manejo terapêutico eficaz e racional, particularmente no contexto da crescente preocupação com a resistência aos antimicrobianos. A ênfase na prevenção de complicações graves e na identificação proativa de pacientes com maior suscetibilidade à recorrência constituíram aspectos centrais das perspectivas clínicas abordadas na literatura científica publicada na última década.