COMPLICAÇÕES COMUNS DA OFTALMOPATIA ASSOCIADA A TIREOIDE (TAO) E CORREÇÃO CIRÚRGICA

Resumo

A oftalmopatia associada à tireoide (TAO) é uma doença autoimune que acomete os olhos, frequentemente associada a distúrbios da tireoide. Caracterizada por inflamação e proliferação de tecido orbitário, a TAO pode levar a uma série de complicações visuais e estéticas, impactando significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Dentre as complicações mais comuns, destacam-se a proptose (protrusão ocular), a diplopia (visão dupla), a restrição ocular e a dor orbitária. A gravidade dos sintomas e a progressão da doença variam amplamente entre os indivíduos, e o tratamento pode ser médico ou cirúrgico, dependendo da severidade do quadro e da resposta à terapia medicamentosa. A correção cirúrgica é indicada nos casos em que o tratamento clínico não é eficaz ou quando há comprometimento visual significativo. Objetivo: O objetivo desta revisão sistemática foi identificar e analisar a evidência científica disponível sobre as complicações da TAO e a eficácia da correção cirúrgica, com o intuito de fornecer subsídios para a prática clínica e orientar futuras pesquisas na área. Metodologia: A pesquisa foi realizada nas bases de dados PubMed, SciELO e Web of Science, utilizando os seguintes descritores: "oftalmopatia de Graves", "oftalmopatia tireoidiana", "complicações", "cirurgia" e "correção cirúrgica". Foram incluídos estudos originais publicados nos últimos 10 anos, nos idiomas português e inglês. Os critérios de inclusão foram: estudos que avaliaram pacientes com diagnóstico de TAO, que descreveram as complicações da doença e que avaliaram a eficácia da cirurgia como tratamento. Os critérios de exclusão foram: revisões sistemáticas, metanálises, estudos de caso e estudos que não atenderam aos critérios de inclusão. Resultados: A revisão da literatura identificou 12 estudos que abordaram as complicações da TAO e a correção cirúrgica. Os resultados demonstraram que a proptose é a complicação mais frequente e impactante, podendo levar a deformidades estéticas, diplopia e até mesmo à perda visual. A cirurgia de descompressão orbital é o procedimento mais utilizado para o tratamento da proptose grave e refratária ao tratamento clínico. Os estudos incluídos na revisão demonstraram que a cirurgia de descompressão orbital é eficaz em reduzir a proptose e melhorar a função visual em muitos pacientes. No entanto, a cirurgia também está associada a complicações, como sangramento, infecção e diplopia. Conclusão: A TAO é uma doença complexa que pode levar a complicações visuais e estéticas significativas. A cirurgia de descompressão orbital é uma opção terapêutica eficaz para o tratamento da proptose grave e refratária ao tratamento clínico. No entanto, a decisão de indicar a cirurgia deve ser individualizada, levando em consideração os benefícios e os riscos de cada procedimento. É fundamental que o paciente seja adequadamente informado sobre as possíveis complicações da cirurgia e sobre as expectativas de resultado. Estudos futuros são necessários para avaliar a eficácia a longo prazo da cirurgia de descompressão orbital e para identificar novos tratamentos para a TAO.