ASPECTOS ÉTICOS DA ROBÓTICA NA PRÁTICA MÉDICA CONTEMPORÂNEA

Resumo

Introdução: A inserção da tecnologia nos ambientes hospitalares, se deu a priori pela necessidade de auxílio em funções mais simples, para que os profissionais da saúde pudessem dar mais atenção a atividades consideradas inerentes aos humanos [21]. Devido aos avanços tecnológicos e a facilidade de adaptação, aos procedimentos e técnicas laparoscópicas existentes, a robótica ganhou espaço na medicina, impactando na percepção ética das aplicações clínicas da cirurgia assistida por robô acerca das responsabilidades dos profissionais durante o uso da tecnologia nos procedimentos médicos [4,5,16]. Objetivo: Analisar quais são os parâmetros e princípios éticos que estão envolvidos na autorização e homologação do uso da robótica dentro da área da saúde. Materiais e Métodos: A pesquisa foi realizada utilizando o banco de dados eletrônicos, da ScieLo, PubMed e Portal Regional da BVS, foram selecionados os artigos publicados entre os anos de 2014 a 2024, em português e inglês usando as palavras-chave “robotic”, “healthcare”, “ethic” e “technology”, usando o operador booleano “and”. Selecionou-se revisões sistemáticas de revistas qualis (A1, A2, A3, A4, B1, B2 e B3) e excluídos artigos não relacionados. Foram registrados 218 artigos, dos quais apenas 21 respondiam aos critérios de inclusão. Resultados: A responsabilidade ainda é inerente ao profissional, independentemente do uso de robôs, o que pode ser defendido utilizando-se díspares correntes bioéticas contemporâneas, incluindo os princípios de não-maleficência, beneficência, respeito à autonomia, consequencialismo e ética do cuidado [6,18,21]. A implementação de robôs mostrou-se benéfica oferecendo menor dor, cicatrizes menores e melhores resultados estéticos, contribui para a recuperação física e emocional dos pacientes de forma mais rápida, além de melhorar sua autoestima e bem-estar geral [2,21]. Com o aumento da complexidade das operações e as dificuldades de treinamento de algumas técnicas, surgiram simuladores que criam ambientes de realidade virtual. Isso levou a debates sobre questões éticas relacionadas ao uso de robôs autômatos em cirurgias, seus riscos e benefícios, e as responsabilidades dos médicos ao usar a tecnologia [9,21]. Conclusão: Diante do exposto, fica claro que a melhoria da qualidade de vida dos pacientes é um aspecto importante, porém vale ressaltar a necessidade de investimentos em treinamento, pesquisa e desenvolvimento de tecnologia acessível e que a atualização de regulamentações e diretrizes éticas adequadas também é essencial para garantir a segurança e a qualidade dos procedimentos cirúrgicos robóticos norteados pelos princípios bioéticos fundamentais [18]. Embora apresente desafios, os benefícios substanciais que ela oferece aos pacientes e profissionais de saúde justificam a busca contínua por sua adoção e aprimoramento [9].