ASSOCIAÇÃO ENTRE DISBIOSE INTESTINAL E O TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v10i9.15534Palavras-chave:
Disbiose. Transtorno Depressivo Maior. Revisão Sistemática. Probióticos. Prebióticos.Resumo
Introdução: O Transtorno Depressivo Maior (TDM) afeta cerca de 300 milhões de pessoas globalmente, sendo uma das principais causas de incapacidade laboral e associado a altas taxas de suicídio. As abordagens convencionais, como terapia farmacológica e psicoterapia, falham em até um terço dos casos, levando à busca por novas intervenções terapêuticas. Nesse contexto, o desequilíbrio na microbiota intestinal, conhecido como disbiose, afeta o humor, comportamento e cognição, tornando estratégias terapêuticas como probióticos, prebióticos e transplante de microbiota fecal promissoras para mitigar ou resolver sintomas depressivos, inclusive preventivamente. Objetivo: Verificar as evidências sobre a melhora dos sintomas do TDM mediante o tratamento da disbiose intestinal, descrever as alterações fisiológicas desencadeadas pela disbiose e identificar os processos neuroquímicos que associam essas alterações com a saúde psíquica. Metodologia: Trata-se de revisão sistemática sem metanálise, tendo por estratégia PICO: P - Indivíduos com diagnóstico de transtorno depressivo maior; I - Modulação do microbioma intestinal com probióticos ou prebióticos; C - Pacientes que não fizeram uso de probióticos e/ou probióticos; O – Diminuição da pontuação nas escalas de depressão validadas. Serão pesquisados os artigos nas plataformas PUBMED, MEDLINE e LILACS nos idiomas português, espanhol e inglês, nos últimos 10 anos, usando a estratégia de busca (“Transtorno depressivo maior” AND “Disbiose”) OR (“Transtorno depressivo maior” AND “Probióticos”) OR (“Transtorno depressivo maior” AND “Prebióticos”). Resultados e Discussão: A busca resultou em 280 estudos, dos quais 276 foram excluídos. No final, 4 estudos foram incluídos na análise. Os resultados sugerem que a modulação do microbioma intestinal pode ter um efeito benéfico na redução dos sintomas do TDM, especialmente em intervenções mais longas e com populações específicas. No entanto, a heterogeneidade dos estudos e a variabilidade dos resultados indicam que a resposta ao tratamento não é uniforme, apontando para a necessidade de intervenções mais personalizadas. As mudanças observadas nos biomarcadores inflamatórios e metabólicos também indicam que o tratamento da disbiose pode atuar em vias neuroquímicas que influenciam o humor e a cognição, mas esses efeitos precisam ser mais bem compreendidos. Conclusão: A modulação do microbioma intestinal mostra-se promissora como intervenção adjuvante no tratamento do TDM, particularmente através de probióticos e prebióticos. No entanto, devido à variabilidade nos resultados dos estudos, são necessárias mais pesquisas para definir melhor a eficácia clínica dessa abordagem e entender os mecanismos subjacentes que ligam a saúde intestinal à saúde mental. A personalização das intervenções e a investigação de subgrupos específicos que possam se beneficiar mais dessas terapias são áreas promissoras para futuras pesquisas.
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