FUNÇÃO CARDÍACA FETAL E DESENVOLVIMENTO NO DIABETES GESTACIONAL: AVALIAÇÃO CLÍNICA E ESTRATÉGIAS DE MANEJO

Resumo

O diabetes gestacional (DG) representa um desafio significativo para a saúde materna e fetal. A hiperglicemia materna, característica do DG, pode desencadear uma série de complicações, incluindo alterações no desenvolvimento fetal e disfunções cardíacas. A disfunção cardíaca fetal, por sua vez, pode aumentar o risco de morbimortalidade perinatal e de desenvolvimento de doenças cardiovasculares na vida adulta. A compreensão dos mecanismos pelos quais o DG afeta a função cardíaca fetal e o desenvolvimento cardiovascular é fundamental para o desenvolvimento de estratégias de manejo eficazes. Objetivo: O objetivo desta revisão sistemática da literatura foi identificar e sintetizar as evidências científicas disponíveis sobre a relação entre o diabetes gestacional, a função cardíaca fetal e o desenvolvimento cardiovascular, com o intuito de fornecer subsídios para a prática clínica e para futuras pesquisas. Metodologia: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura, seguindo as recomendações da declaração PRISMA, com o objetivo de identificar estudos que investigaram a relação entre o diabetes gestacional e a função cardíaca fetal. Foram utilizadas as bases de dados PubMed, Scielo e Web of Science, com os seguintes descritores: “diabetes gestacional”, “função cardíaca fetal”, “desenvolvimento fetal”, “ecocardiografia fetal” e “complicações fetais”. A busca foi limitada a artigos publicados nos últimos 10 anos. Os critérios de inclusão foram: estudos originais, publicados em língua portuguesa ou inglesa, que avaliaram a função cardíaca fetal em gestantes com diagnóstico de diabetes gestacional. Os critérios de exclusão foram: revisões sistemáticas, metanálises, estudos de caso e estudos que não avaliaram a função cardíaca fetal. Resultados: Os resultados da revisão demonstraram que o diabetes gestacional está associado a um aumento do risco de disfunção cardíaca fetal, caracterizada por alterações na estrutura e função do coração fetal, como hipertrofia ventricular esquerda, dilatação atrial e alterações do débito cardíaco. Além disso, o DG pode levar a alterações no desenvolvimento vascular fetal, com aumento do risco de restrição do crescimento intrauterino e de complicações perinatais. Conclusão: O diabetes gestacional exerce um impacto significativo sobre a função cardíaca fetal e o desenvolvimento cardiovascular. A hiperglicemia materna crônica pode desencadear uma série de alterações metabólicas e hemodinâmicas que comprometem o desenvolvimento normal do coração fetal. O diagnóstico precoce do DG e o controle rigoroso dos níveis de glicemia materna são essenciais para minimizar os riscos para o feto. No entanto, são necessárias mais pesquisas para elucidar os mecanismos fisiopatológicos envolvidos e para desenvolver novas estratégias de prevenção e tratamento.