A SEXUALIDADE E AS RELAÇÕES DE GÊNERO NA CONSTRUÇÃO DA AFETIVIDADE DAS MULHERES LÉSBICAS
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v7i4.1014Palavras-chave:
: heteronormatividade, sapatão, butchResumo
O objetivo deste trabalho é analisar a trajetória de vida das interlocutoras, a fim de investigar acerca da sexualidade dessas mulheres, apoiando-se em percepções de questões de gênero e seus papéis tradicionais definidos por meio da heteronormatividade. A presente pesquisa foi elaborada através de revisão bibliográfica e entrevistas em profundidade. A amostra selecionada, por sua vez, é composta por cinco mulheres lésbicas que, em sua maioria, não performam feminilidade. Empregada de maneira pejorativa, percebe-se que a palavra “lésbica” e seus derivados aparecem, primeiramente, durante a infância das interlocutoras, sempre associada a comportamentos considerados “masculinos”. Isto é, neste primeiro momento, nota-se que ser lésbica diz mais sobre o que você veste e do que/com quem você brinca, do que sobre sua sexualidade. Já durante a adolescência, os resultados indicam que diferentes contextos sociais possibilitam diferentes processos de autoafirmação e aceitação, como no caso das interlocutoras oriundas de famílias religiosas, que encontraram maior dificuldade em se aceitar como mulheres lésbicas, muitas vezes cedendo à pressão familiar e recorrendo à heteronormatividade compulsória. Posteriormente, conclui-se que a lésbica que não performa feminilidade é importante para a desconstrução do binarismo de gênero, pois esta não deve ser vista como uma cópia do homem heterossexual, mas uma ressignificação das expressões de gênero.
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