A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E SUAS APLICAÇÕES NO CAMPO JURÍDICO

Autores

  • João Vitor Gontijo Rocha Centro Universitário UNA
  • Ana de Abreu Gomes de Oliveira Centro Universitário UNA
  • Maria Laura Vargas Cabral Centro Universitário UNA

DOI:

https://doi.org/10.51891/rease.v11i11.22942

Palavras-chave:

Inteligência Artificial. Direito. Ética. Justiça. Tecnologia.

Resumo

A Inteligência Artificial (IA) se consolidou como um dos principais avanços tecnológicos do século XXI, influenciando de forma direta aspectos sociais, econômicos e jurídicos. No Direito, sua incorporação representa uma mudança relevante na condução dos processos, na tomada de decisões e no acesso à justiça. O objetivo deste trabalho é analisar criticamente as aplicações da IA no sistema jurídico brasileiro, considerando benefícios, riscos e implicações éticas. A pesquisa segue uma metodologia qualitativa e bibliográfica, apoiada em autores como Russell e Norvig (2021), Susskind (2020) e Doneda (2020), além de normas jurídicas como a Constituição Federal de 1988 e a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (Lei nº 13.709/2018). O trabalho está estruturado em três pontos principais. Primeiro, analisa o uso da Inteligência Artificial na advocacia, no Poder Judiciário e na administração pública. O trabalho mostra que a tecnologia pode trazer vantagens importantes para o sistema de justiça, como maior rapidez no andamento dos processos, mais regularidade nas decisões e a automação de tarefas que se repetem. Ao mesmo tempo, aponta vários desafios, principalmente os ligados aos vieses presentes nos algoritmos e à falta de clareza sobre como esses sistemas funcionam, o que pode afetar o devido processo legal. A jurisprudência recente reforça essa preocupação. No REsp 1.985.261, o STJ afirmou que decisões não podem se basear em elementos que as partes não conseguem acessar, o que inclui algoritmos que não explicam seu resultado. O STF, ao julgar a ADI 6.387, também ressaltou que sistemas digitais precisam respeitar o contraditório e a ampla defesa. Iniciativas como o VICTOR do STF e o ATHOS do STJ mostram que a Inteligência Artificial já é usada na prática pelo Judiciário, mas também deixam claro que são necessárias regras mais bem definidas para orientar esse uso. A IA tem potencial para deixar o sistema de justiça mais rápido e acessível, mas isso só funciona se houver responsabilidade e supervisão humana constante. A proteção dos direitos fundamentais e da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, CF) deve ser o ponto de partida para qualquer integração tecnológica. Por isso, é fundamental estabelecer regras próprias para o uso da Inteligência Artificial, promover auditorias nos algoritmos e investir na capacitação tecnológica dos profissionais do Direito. Dessa forma, a IA poderá atuar como instrumento de fortalecimento do Estado Democrático de Direito, sem representar riscos às garantias constitucionais.

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Biografia do Autor

João Vitor Gontijo Rocha, Centro Universitário UNA

Acadêmico do curso de Direito do Centro Universitário Una, campus Divinópolis da rede Ânima Educação.

Ana de Abreu Gomes de Oliveira, Centro Universitário UNA

Acadêmica do curso de Direito do Centro Universitário Una, campus Divinópolis da rede Ânima Educação.

Maria Laura Vargas Cabral, Centro Universitário UNA

Coordenadora: Mestre pelo PPGD Mestrado em Proteção dos Direitos Fundamentais da Universidade de Itaúna (UIT/ 2019). Direito Constitucional pela Universidade Cândido Mendes (2017). Graduada em Direito pela Faculdades Integradas Pitágoras Divinópolis (2016). Advogada. Sócia do Escritório Vargas Cabral Advocacia. Professora Universitária (desde 2017).

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Publicado

2025-11-28

Como Citar

Rocha, J. V. G., Oliveira, A. de A. G. de, & Cabral, M. L. V. (2025). A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E SUAS APLICAÇÕES NO CAMPO JURÍDICO. Revista Ibero-Americana De Humanidades, Ciências E Educação, 11(11), 8802–8811. https://doi.org/10.51891/rease.v11i11.22942