IMPACTOS NA PRIMEIRA INFÂNCIA DA SÍNDROME DA APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO: UMA REVISÃO DA LITERATURA

Resumo

Introdução: Várias pesquisas demonstram a importância de um boa noite de sono para o pleno desenvolvimento mental e assegurar uma vida saudável as crianças, por outro lado, a Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) decorrente de oclusões repetidas das Vias Aéreas Superiores durante o sono, prejudica a qualidade de sono das crianças diminuindo assim seu bem-estar. Objetivo: Analisar o impacto da SAOS na primeira infância. Metodologia: Foi realizado um levantamento bibliográfico de caráter descritivo e exploratório, utilizando as bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (Medline), e literatura latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), utilizando os descritores: “Apneia do sono obstrutiva”; “Criança” e “Transtornos do Neurodesenvolvimento”. Utilizando o operador booleano “AND”. Após a catalogação dos artigos foi realizado uma filtragem, tendo como critérios de inclusão artigos nos idiomas: espanhol, inglês e português, dos anos de 2014 até 2024 e de exclusão, textos com apenas o resumo disponível e artigos nos demais idiomas. Após essa filtragem foram eliminados 35 artigos restando um total de 12. Resultados e Discussão: Observa-se que a SAOS gera alterações cognitivas e comportamentais em crianças. As principais alterações comportamentais que merecem destaque são: problemas na apreensão de conhecimentos, deficiências cognitivas e comportamentais, déficits em executar habilidades e funções motoras, diminuição da capacidade de realizar tarefas que exigem atenção e percepção visual, problemas de linguagem, atraso nos marcos de desenvolvimento e início tardio da linguagem, alguns estudos também relacionam o TDAH com a SAOS. Na maioria das vezes a hipertrofia adenotonsilar é umas das causas de SAOS em crianças, sendo que essas crianças com adenotonsilite apresentam um índice maior de hiperatividade e desatenção, além disso nesses pacientes é possível visualizar no ultrassom uma menor velocidade do fluxo médio da artéria cerebral, de tal modo que, em paciente que fizeram adenotonsilectomia, houve uma melhora na velocidade de processamento visual e na atenção dessas crianças e uma resolução de 75- 100% dos casos de SAOS. Sendo possível observar que o diagnóstico precoce e tratamento as sequelas tendem a diminuir os agravamentos. É importante também se atentar aos fatores de risco materno para o desenvolvimento de SAOS na criança, que são: nascimento prematuro, exposição ao fumo, mães com idade maior de 35 anos, exposição ao álcool e diabetes gestacional. Conclusão: Portanto, conclui-se que a SAOS está relacionada ao desenvolvimento de distúrbios neurocognitivos na infância, nesse sentido, é importante uma atenção maior dos profissionais de saúde aos sinais e sintomas da SAOS principalmente na infância com o intuito de realizar a detecção de forma precoce dos indivíduos acometidos para assim realizar a prevenção das morbidades ao longo do tempo.